top of page

Simpósios

Para acessar a lista de simpósios, clique no ícone ao lado.

SIMPÓSIOS 24 a 26/10

​

SIMPÓSIO I – Estudos Clássicos: da Antiguidade à Atualidade
Coordenadores: Elaine C. P. dos Santos (UPM) e Brunno Vieira (Unesp-Araraquara)

No mundo ocidental, conhecimentos como literatura, história, filosofia e direito têm suas raízes na Grécia e em Roma e esse vínculo basilar esteve e está presente, influenciando e inspirando poetas, artistas e estudiosos ao longo de várias civilizações da Idade Média, passando pelo Renascimento, pela Modernidade e chegando aos dias atuais. O presente simpósio destina-se a estudos relacionados à Antiguidade Clássica, bem como ao diálogo entre a produção literária e a epigráfica greco-romana, e outras linguagens, tais como a música, as artes plásticas e cênicas. Este simpósio abre espaço para difusão de trabalhos de várias áreas relacionadas aos estudos clássicos, a saber, Letras, História e Filosofia, que pretendam apresentar suas pesquisas, sejam análises de autores antigos, traduções ou questões sobre o ensino de línguas clássicas. Promove ainda um ambiente de discussão a respeito do papel dos Estudos Clássicos como articuladores do conhecimento da realidade contemporânea.

​

SIMPÓSIO II – Língua, Discurso e Gêneros: da pesquisa ao ensino de Português como língua materna
Coordenadores: Neusa Barbosa Bastos (UPM/PUC-SP) e Luciano Magnoni Tocaia (UFMG)

Este simpósio tem por objetivo reunir pesquisadores que promovam o debate a partir de trabalhos oriundos de pesquisas que discutam as possíveis relações entre língua, em sua dimensão sócio- histórica-ideológica, discurso, visto como atualização da língua(gem) em múltiplas materialidades e gêneros discursivos/textuais, compreendidos tanto a partir de suas regularidades linguístico-textuais, quanto no que diz respeito à sua ancoragem em situações de interação, predominantemente em estudos que se concentram na linguagem em uso e no ensino- aprendizagem das práticas de linguagem em contexto escolar. Para tanto, aceitam-se trabalhos cuja fundamentação teórica esteja circunscrita no quadro das teorias do discurso, tais como a Análise do discurso de linha francesa, a análise bakhtiniana dialógica da linguagem, além de outras vertentes do conhecimento, como, por exemplo, o Interacionismo Sóciodiscursivo (ISD) e o trabalho com gêneros textuais, os estudos culturais, enunciativo-discursivos, semióticos, textuais, etc. Deseja-se, contudo, que as relações apontadas entre as teorias escolhidas possuam coerência epistemológica e produzam percursos proveitosos para o estudo das relações entre os conceitos-chave tratados neste simpósio: língua, discurso, gêneros discursivos/textuais e ensino de português como língua materna.

 

SIMPÓSIO III – A literatura de Autoria Feminina em tempos multimidiáticos
Coordenadoras: Marlise Vaz Bridi (UPM/USP); Nicia Petreceli Zucolo (UFAM)

Este simpósio pretende propor a discussão de trabalhos que contemplem a produção de obras de autoria feminina que, em alguma medida, se relacionem com outras linguagens, para refletirmos sobre como e em que medida o universo multimidiático da contemporaneidade tem imprimido sua presença na escrita de autoria feminina atual. Essa perspectiva pode, portanto, observar aspectos de outras linguagens internalizados por obras escritas por mulheres, assim como a oportunidade que tais obras propiciaram a leituras realizadas por meio de outras linguagens.

​

SIMPÓSIO IV – Semiótica e educação
Coordenadoras: Diana Luz Pessoa de Barros (UPM/USP) e Lúcia Teixeira (UFF)

Este simpósio pretende reunir pesquisadores em semiótica e em análise do discurso interessados em refletir sobre o diálogo muito necessário entre os estudos semióticos do discurso e a educação. Quatro caminhos principais são propostos:
- o de verificar como a semiótica, enquanto proposta teórica e metodológica, trata das relações entre discurso científico, pedagógico, didático, da sala de aula e de divulgação, e, principalmente, das operações de didatização e divulgação;
- o de examinar os materiais didáticos como discursos, aí incluindo os livros didáticos, as gramáticas, as coletâneas, os dicionários, os cadernos de alunos, os planos de aula e outros;
- o de analisar as formas de divulgação da teoria semiótica e seu papel no ensino e na construção das ideias linguísticas no Brasil;
- o de tratar das relações entre as novas tecnologias e o ensino.

​

SIMPÓSIO V – Intermidialidades: literatura e adaptações audiovisuais
Coordenadoras: Maria Luiza Guarnieri Atik (UPM) e Ana Luiza Ramazzina Ghirardi (UNIFESP)

Partindo da análise de textos literários, ou da discussão acerca dos fundamentos teóricos da Intermidialidade que iluminem as questões relacionadas à adaptação, à transposição ou às referências intermidiáticas, este simpósio acolherá trabalhos que discutam esses fenômenos enquanto produtos estéticos, culturais de diferentes momentos histórico-sociais.

​

SIMPÓSIO VI – Intermidialidade: teorias e análises de casos
Coordenadoras: Aurora Gedra Ruiz Alvarez (UPM) e Thaïs Flores Nogueira Diniz (UFMG)

Os Estudos da Intermidialidade apresentam-se em constante renovação em virtude do experimentalismo nas artes e nas mídias de comunicação e da introdução das novas tecnologias, especialmente dos meios digitais. O surgimento de novos paradigmas tem estimulado estudiosos da Intermidialidade, como Claus Clüver, Lars Elleström, Irina Rajewski, Jürgen E. Müller, dentre outros, a reverem as formulações teóricas com o propósito de compreender as novas ocorrências intermidiáticas, quer para refletir sobre a constituição dessas criações, quer para conhecer os diferentes diálogos entretecidos, intra- ou intermídia, com os textos da cultura. Tendo em vista esta proposta de discussão, contribuições teóricas e e/ou empíricas dessas manifestações são bem- vindas.

​

SIMPÓSIO VII – Sociointeracionismo e cognição na gramática das línguas naturais
Coordenadores: Maria Helena de Moura Neves (UPM; Unesp-Araraquara); Marcelo Módolo (USP)

A gramática das línguas naturais se representa nos constructos que emergem na interação social, sustentados pela projeção cognitiva da experiência. Discutir questões ligadas aos processos gramaticais envolvidos na verbalização da experiência é a proposta deste simpósio.


SIMPÓSIO VIII – Da Universidade para a Educação Básica: a formação inicial do professor de Língua Portuguesa em debate
Coordenadoras: Maria Lucia M. Carvalho Vasconcelos (UPM) e Nancy dos Santos Casagrande (PUC-SP)

Neste simpósio, serão discutidos temas relativos à formação inicial do professor de Língua Portuguesa em cursos de Licenciatura. Pretende-se que encaminhamentos sejam sugeridos no sentido de se ter diminuída a distância hoje existente entre a teoria e as práticas do futuro professor da Educação Básica.

​

SIMPÓSIO IX – Atenuação, cortesia e descortesia em interações linguísticas
Coordenadores: José Gaston Hilgert (UPM) e Zilda Gaspar Aquino (USP)

Num enfoque bastante amplo, o simpósio pretende reunir estudiosos que, no âmbito das interações linguísticas informais ou institucionais, se voltam à atenuação. São bem-vindos os trabalhos que focalizam a atenuação em si e os que a analisam na perspectiva da cortesia. E encontrarão sintonia com esses também os trabalhos que têm como objeto de estudo os procedimentos de intensificação e de descortesia.

​

SIMPÓSIO X – Bíblia Como Literatura
Coordenadores: João Leonel (UPM) e Júlio Paulo Tavares Zabatiero (Fac. Teológica Sul- Americana)

A Bíblia, central tanto para a fé judaica (Bíblia Hebraica) quanto para a cristã, tem, para além de seus conteúdos religiosos, se constituído em texto norteador de práticas históricas, sociais, éticas e alimentares, além de outras influências sobre povos ao redor do mundo. Dentre as várias apropriações dos textos bíblicos, a abordagem literária entende a Bíblia primeiramente como texto constituído por articulações variadas que se manifestam em diferentes gêneros e formas. Nesse sentido, este Simpósio Temático recebe trabalhos que se constroem principalmente a partir de teorias literárias e do discurso.

​

SIMPÓSIO XI – Textos e contextos de Língua Portuguesa em diálogo
Coordenadoras: Regina Pires de Brito (UPM) e Vima Lia Martin (USP)

A literatura é um espaço de reflexão acerca da condição humana em todos os seus aspectos e ler as literaturas de língua portuguesa é uma oportunidade que nós, utentes de uma das variedades dessa língua, temos de aproximação efetiva com obras originais. Entretanto, não podemos descurar das especificidades dos textos e contextos que nos irmanam e apartam, sob pena de não podermos compreender a diversidade cultural e social que constitui os países de língua oficial portuguesa. É, portanto, com o olhar voltado para uma pedagogia das relações entre essas literaturas que pretendemos examinar suas linhas de força, bem como estabelecer as estratégias mais adequadas ao seu estudo, considerando as obras no interior de um conjunto cultural complexo e desigual que, forjado a partir de relações coloniais, comporta trocas linguísticas e literárias marcadas pela solidariedade e pela criatividade.

​

SIMPÓSIO XII – Literatura brasileira e hispano-americana em foco: diálogos contemporâneos
Coordenadoras: Ana Lúcia Trevisa (UPM) e Juliana Santini (UNESP – Araraquara)

O simpósio Literatura brasileira e hispano-americana em foco: diálogos contemporâneos propõe o estudo de narrativas brasileiras e hispano-americanas contemporâneas, produzidas a partir do ano 2000, a fim de perceber quais eixos temáticos, formais e reflexivos são reiterados na composição discursiva de diferentes autores no continente latino-americano. Aberta a diferentes perspectivas teórico-críticas, a discussão proposta abarca questões relativas à heterogeneidade da forma narrativa nas últimas décadas, considerando tanto a recuperação ou manutenção de modelos tradicionais, quanto novas linguagens e suportes que forçam o exercício analítico a se deparar com a inespecificidade da literatura ante outras realizações artísticas. Não se exige que os trabalhos estabeleçam uma perspectiva comparada, no entanto, o debate do simpósio visa a identificação das variadas propostas estéticas que explicitam as muitas formas de questionamentos críticos sobre o contemporâneo. Nesse sentido, o que se espera é a construção de um olhar que articule realizações ligadas a literaturas nacionais específicas a um conjunto mais amplo, que leve em conta similaridades e, também, afastamentos.

​

SIMPÓSIO XIII – Espaço, lugar e territorialidades contemporâneas
Coordenadores: Cristhiano Aguiar (UPM) e Rogério Mendes Coelho (UFRN)

De um papel secundário ao qual foi relegado durante anos, o espaço passou a ser protagonista de uma série de instigantes investigações no campo das ciências humanas, a ponto do geógrafo americano Edward Soja apontar que vivemos hoje uma “virada espacial” no campo de estudos da teoria crítica. A partir, por exemplo, das pesquisas pioneiras de pensadores franceses como Michel Foucault e Henri Lefebvre, diferentes campos de estudo têm se debruçado sobre as relações entre processos sociais, cultura e espaço. Neste sentido, os estudos literários têm dado uma importante contribuição. Nosso simpósio propõe, a partir de uma fundamentação teórica interdisciplinar, debater diferentes dimensões relativas ao diálogo entre os conceitos de espaço, lugar, não lugar, fronteira, território e as representações literárias encontráveis no discurso da ficção e da poesia.

​

SIMPÓSIO XIV – Leituras Literárias e outras leituras na escola
Coordenadores: Lilian Cristina Corrêa (UPM) e Mauro Dunder (UFRN)

Significativamente, o Brasil, nas últimas décadas, não tem conseguido formar leitores críticos, mas cidadãos capazes de entender o significado literal das palavras sem uma profundidade mais acurada e perspicaz, embora tenha havido inúmeras campanhas nacionais, estaduais e municipais, que trabalharam como propulsoras de estímulo e incentivo à leitura. O aprendizado da leitura e do ato de escrever são caminhos pelos quais se aprende a ler o mundo, de tal forma a compreender seu contexto, não só pela manipulação mecânica de palavras, mas em uma relação dinâmica que vincula linguagem e realidade, segundo palavras de Paulo Freire (2006). A leitura, consoante Freire, é uma das formas mais eficientes para a inclusão social das camadas menos favorecidas da sociedade; pois, por meio dela, um indivíduo se torna capaz de ler e compreender melhor o contexto em que está inserido. É nesse sentido que a presença do texto literário em sala de aula, tanto do Ensino Fundamental, quanto do Ensino Médio, constitui instrumento relevante para o desenvolvimento das habilidades de leitura, especialmente aquelas que se relacionam à apreensão das camadas de sentido de uma linguagem simbólica e metafórica. Contudo, percebe-se que, no mundo contemporâneo, a leitura tem sido sistematicamente substituída por outras formas de apreensão da realidade, com consequências que já podem ser verificadas a curto prazo, seja na incapacidade dos leitores para uma intelecção textual mais profunda, seja nas dificuldades de análise e interpretação de dados que os textos apresentam. Temos aqui um paradoxo, ou seja, a necessidade premente de promover e expandir o ato de ler e sua consequente impossibilidade aparente, dada a dificuldade dos alunos da Educação Básica em participarem do processo devido ao seu grau de intelecção e de preparo anterior muitas vezes estarem defasados. Assim, o presente simpósio propõe a discussão dessa realidade a partir de relatos de experiências, projetos de pesquisa, propostas de trabalhos que venham a dialogar com a temática e que, de alguma forma apresentem possíveis caminhos para que a leitura, tanto de textos literários, quanto de outros gêneros, deixe de ser apenas conteúdo obrigatório, mas um real e efetivo caminho para a evolução intelectual de nossos alunos.

​

SIMPÓSIO XV – Arte, cultura e conhecimento: múltiplos olhares sobre a literatura
Coordenadores: Isabel Orestes Silveira (UPM) e Carlos Jacinto Nascimento Motta (Fac. Paulus)

O simpósio pretende problematizar aspectos relacionados a utilização de produtos culturais como meios de transmissão de conhecimento no contexto acadêmico. Entendemos que além da expressão estética, própria dos produtos artísticos, existem outras formas não sistematizadas de saberes, que podem ser encontrados nas mais diversas manifestações da cultura: músicas, poemas, cordéis, grafites, pichações, danças, dentre outros. Tais formas de expressão têm sido muitas vezes consideradas inferiores ou incapazes de servir como fonte válida para o conhecimento científico.


SIMPÓSIO XVI – Estudos de línguas estrangeiras: questões de língua, literatura, cultura, interdisciplinaridade
Coordenadoras: Vera Lucia Harabagi Hanna (UPM) e Renata Philippov (UNIFESP)

Usar uma língua significa ‘vivê-la’. Ao admitirmos que interdisciplinaridade encontra-se implícita nos estudos de línguas estrangerias, reconhecemos que a literatura, a história, as artes, a música, as ciências, as instituições sociais, os costumes e atitudes, os aspectos do cotidiano encontram-se contemplados, pois estão entrelaçados na língua de todos que vivem determinada cultura. Acreditamos que não seria mais necessário, hoje, reconhecermos como legítima a ideia de que o ensino de língua deveria abranger uma dimensão cultural; muito embora pesquisadores de línguas e linguística aplicada preocupem-se mais intensamente com o viés língua-cultural- comunicacional desde a década de 1970, os resultados teóricos parecem ainda hoje exceder os práticos, o que vemos são currículos estanques e fragmentados. Ao conferirmos à interdisciplinaridade  e  à  transdisciplinaridade,  além  de  similaridades  entre  as  disciplinas,   a desconstrução e a anuência de um objeto pertencer a diferentes níveis de realidade, com suas consequentes contradições, paradoxos e conflitos, o presente simpósio constitui-se com o objetivo de acolher estudos/experiências que contemplem tal abordagem em cursos de Letras e de Formação Docente, mas a eles não restritos, e que possam, de alguma forma, propor formas de promover um ensino em que seja fundamental que os objetivos comunicacionais implícitos no aprendizado de idiomas estejam presentes da teoria para a prática e que ao nos assumirmos como professores inseridos em uma concepção inter/transdisciplinar, como tal deveremos planejar sistematicamente cursos, aulas, técnicas que privilegiem materiais e perspectivas que verdadeiramente cuidem do desenvolvimento não só das competência linguística, mas das comunicacional, intercultural, transcultural, translingual e global do falante.

​

SIMPÓSIO XVII – Narrativas jornalísticas: hibridismos, apropriações e diálogos
Coordenadoras:    Denise    Paiero     (UPM)     e     Cicélia     Pincer     Batista     (ESPM)

O Seminário irá discutir as transformações e os possíveis novos caminhos das narrativas jornalísticas. Serão debatidos pelos participantes temas como a aproximação entre o jornalismo e a literatura, a crescente relação entre o jornalismo e a publicidade, o diálogo com outros tipos de narrativas e os espaços para experimentação do texto jornalístico.

​

SIMPÓSIO XVIII – Narrativas e meios: diálogos contemporâneos
Coordenadoras: Cristine Fickelscherer de Mattos (UPM) e Sandra Trabucco Valenzuela (Universidade Anhembi Morumbi)

Desde a virada do século, uma escalada constante de possibilidades de comunicação inundou a vida contemporânea. O universo digital, sempre em transformação, trouxe sucessivas inovações para a transmissão de toda e qualquer mensagem devido à sua convergência de meios. Do recado telefônico à extensa pesquisa acadêmica, a proliferação de meios e a sua crescente disponibilidade, transformaram os modos de interação e as linguagens. A narrativa, sendo uma das formas mais antigas de comunicação, com presença nos mais diversos âmbitos, não poderia ficar de fora desse processo de mudança. Novas formas de narrar surgiram em função de plataformas comunicativas engendradas por avanços tecnológicos. Embora o aparecimento de novas tecnologias tenha sempre ocasionado mudanças nas maneiras tradicionais de narrar – vide invenção da prensa gráfica, do cinema e do rádio -, é inegável que, em tempos atuais, a velocidade e a quantidade das inovações tecnomidiáticas conferem às transformações narrativas uma dimensão sem comparativo histórico. Meios novos aportam novas linguagens e formatos, além de inauditos processos de produção e recepção de mensagens. As narrativas contemporâneas ganharam, assim, signos e sintaxes originais, gêneros recém-criados ou reciclados, técnicas de edição, interatividade, compartilhamento, trabalho colaborativo etc. Como a narrativa atua comunicativamente numa gama quase infinita de atividades humanas - da pregação religiosa ao storytelling publicitário e empresarial, do relato mítico-literário ao relatório policial -, observar as formas contemporâneas de narrar, especialmente as introduzidas pelas novas possibilidades midiáticas, pode fornecer-nos excelente notícia das interações humanas, seus expedientes, seu imaginário, seus anseios e carências nos mais variados âmbitos: artístico, cotidiano, pedagógico etc. Se a narrativa se transforma em virtude de técnicas e meios, por um lado, por outro, as novas plataformas comunicativas têm na narrativa um modelo e um ponto de partida para suas proposições inventivas. Muitos dos elementos geradores de graphic novels, games e séries partem, de maneira estrutural, das narrativas tradicionais. A cada etapa das revoluções tecnológicas, empréstimos e adaptações conformam um diálogo enriquecedor entre a narrativa estabelecida e os avanços midiáticos. A invenção do jornal, por exemplo, nos trouxe o folhetim que se converteu em radionovela e em telenovela, em função do aparecimento de outros dois meios. A segunda década do século XXI abriga outras conversões da narrativa por entregas, convergidas em seriados, minisséries, séries, sequências cinematográficas, episódios via streaming, reality shows, competições seriadas de música e gastronomia. Nelas, elementos literários orientam claramente o desenvolvimento dos roteiros: a jornada do herói, temáticas consagradas ou gêneros reconhecíveis, por exemplo. O novo, para existir, deve nascer do diálogo com o anterior. As novas narrativas, contudo, convergidas pelo meio cibernético, ao estarem lado a lado com as narrativas tradicionais digitalizadas, parecem presentificar e intensificar esse diálogo.

 

bottom of page